Foi o que me disse Evgeny Morozov, um dos principais críticos da indústria da tecnologia.
Tido como uma espécie de profeta do lado sombrio do mundo digital – cá entre nós, é como se ele fosse um cavaleiro do apocalipse avisando que nossa vida PODE sim virar um Black Mirror se a gente não se cuidar – Evgeny é muito paciente e didático ao conversar.
Em quase 1h de conversa depois de uma leitura minuciosa do seu livro “A Cidade Inteligente”, publicado no Brasil pela Ubu Editora (que gentilmente me cedeu um exemplar), Evgeny comentou por que acredita que as narrativas que emanam do Vale do Silício não passam de conto de fadas.
Meu destaque vai para a provocação dele de que “a verdade é que não vimos ainda uma cidade inteligente” pra saber com o que ela se parece.
E, isso é fato: por enquanto o que vemos são muitos projetos, propostas, PPTs e vídeos bonitos mostrando o que será um dia possível, na teoria.
Vale destacar que até quando esta repórter deu aquela deslizada ao perguntar sobre o Capitalismo de Vigilância – teoria de Shoshana Zuboff que mereceu todo um ensaio crítico de Evgeny – ele foi solícito o suficiente para resumir e explicar suas ressalvas.
Recomendo a leitura da entrevista porque foi enriquecedora até pra mim.
Obrigada Rodrigo Bertoloto pela ideia da pauta. A edição é de Olivia Fraga e Luiza Sahd.
